A Mylla Galvão, que escreve nos blogs Idéias de Milene, Minhas Memórias de Infância, Lua Imaginada e Vidas Linha, sugeriu uma blogagem coletiva em comemoração aos 6 meses de aniversário do blog Vidas Linha. O tema proposto foi “Uma experiência marcante em minha vida”. Um tema que com certeza rende muitas histórias, se a pessoa se sentir confortável para contar; e dar, com isso, uma mostra de amizade.
A experiência marcante que vou contar aconteceu no ano passado, que na verdade foi um período de bons e péssimos acontecimentos num intervalo muito curto.
No final de 2007 prestei concurso para uma vaga na prefeitura daqui, não tinha muitas esperanças por achar que essas coisas são manjadas, e que, desde o início, existem os “donos da vaga”. Para minha surpresa, fui aprovado e convocado para começar a trabalhar em abril do ano passado. Para quem não tinha muitas esperanças foi uma onda de euforia.
Tudo ia bem. Até que, menos de quinze dias depois de começar a trabalhar meu pai faleceu, repentinamente, aos 52 anos. O chão cedeu, o céu caiu e o futuro ficou tão negro quanto a mais escura das noites nubladas.
Ninguém em sã consciência pensa em perder os pais, ou em como será quando isso acontecer. Mesmo católico, e depois de já ter ouvido inúmeras vezes o sermão da vida eterna, quando uma coisa desse porte acontece você se esquece de tudo, e passa a duvidar de tudo também. Eu duvidei de muitas coisas e formulei o tradicional questionamento digno de novela mexicana: “Por que?”
O mais triste é que tudo aconteceu quando as coisas estavam começando a melhorar em casa. Meu pai se sacrificou o quanto pode para manter a mim e meus irmãos estudando, mesmo tendo que trabalhar dois períodos, e, em muitos sentidos, foi um exemplo de homem – e meu Monteiro Lobato. Seria mais do que justo que ele desfrutasse dos benefícios que surgiam num horizonte próximo. Porém poucas coisas são como queremos, e há experiências pelas quais, infelizmente, temos que passar.
Depois de tudo pelo que passamos, aprendi que o tempo, que de um lado nos aflige, também nos conforta, permitindo seguir em frente.
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Aqui você pode ver a lista de blogs que também participam desta blogagem.
25 comentários:
Lu,
Tb perdi meu pai aos 62 anos de idade... Foi uma fase dura da minha vida, entrei em depressão e parei de estudar... Não fui ao seu enterro pq a lembrança que eu tenho dele são de alegria, É assim que me lembro dele...
Mas essa dor da perda é impossível de descrever! Sou a última filha de uma família de 7 irmãos... a mais mimada... a mais agarrada ao meu pai...
Então entendo a sua dor...
Obrigado por ter participado da blogagem e por ter partilhado esse seu momento comigo...
bjo gde
Mylla,
Não é nada fácil mesmo, só quem já passou entende o quanto é difícil. Mas é como disse, apesarde tudo, o tempo tudo cura.
Beijos.
Luciano,
Fiquei sem palavras... Tenho meus pais, mas moro longe deles. Eles moram em Belém e eu, em Porto Alegre, apesar de que falo com eles sempre. Difícil falar sobre algo sem ter vivido a experiência... Perdi só uma avó até agora...
Tem que ter muita coragem e muito orgulho do pai para expor um momento tão difícil, mas tão inesquecível, que só o tempo é capaz de acalmar...
Bjs e virei mais vezes aqui...
É , Luciano! Essa é uma experiência que marca e entristece. Ainda bem que com o andar da roda da vbida, as coisa vão tomando os seus lugares e passamos a conviver melhor com, essas perdas. São guardadas no canteiro das saudades...abração,tudo de bom,chica Também quero voltar aqui,Vou ver se tem seguidores...
Luciano,
Lembro bem do seu Monteiro Lobato. E imagino o quanto foi marcante esse misto de alegria e dor...
Beijos.
PS: Ainda neste fim de semana te envio um e-mail sobre a blogagem/concurso. Se te ocorrer alguma ideia de como faremos para selecionar os textos me diz; eu tenho algumas mas quero, preciso, necessito de mais rsrsrs.
Nade,
Orgulho de meu pai é o que não falta, tenho todos os motivos para me orgulhar. E é bem como você disse, só o tempo é quem pode acalmar a dor.
Seja bem vinda. Beijos.
Chica,
É verdade. Aquele ditado que diz que "Nada como um dia após o outro" está mas que correto. COm o tempo nos habituamos à situação e continuamos a viver.
Grande abraço.
Elaine,
Foi sim. Todos aqui em casa fomos do céu ao chão numa velocidade surpreendente, mas as coisas foram se acertando aos poucos e agora tudo está "bem".
Beijo.
(Na espera do e-mail, rsrs.)
Luciano, eu não vivo em sã consciência, então. Eu vivo com medo de perder os meus, meio que um sofrimento por antecipação bastante insano. É deprimente e incontrolável.
Eu li sobre essa blogagem coletiva, mas não consegui escrever sobre. Lindo seu texto.
Eu perdi meu pai pequena e acho que se perdesse agora, seria pior. Você teve tempo de conviver com ele, tem mais lembranças, mais saudades! Se eu sofro e faz tempo que o perdi, imagino como você sente a falta dele. Mas como disse no meu texto - tudo faz parte da própria vida e nela se dilui. Beijus
Comentei no post do seu Monteiro Lobato. Mas repito que tua história com teu pai é linda demais. Ele foi um grande homem e um pai maravilhoso, basta conhecer você e ver o homem que se tornou! Linda sua participação!
Beijos na alma...
Marina,
Relendo o post acho que não me fiz entender direito: o que quis dizer é que ninguém ansia por esse momento. Imaginar ou pesar sobre creio que todo mundo o faz. Faltou explicar isso no post, rsrs.
Um grande abraço.
Luma,
Um colega, que perdeu o pai quando era criança, me disse a mesma coisa: ele cresceu sem o pai e por isso não sabia o que era ter um, e que sofreria muito mais se tivesse tido o pai presente e depois se separado dele.
É a vida. Beijo.
Andreia,
muito obrigado. Meu pai foi sim muito especial na minha vida e na dos meus. Agradeço muito por tê-lo tido por perto.
Beijo.
Oi, Luciano!
Seu texto é comovente ainda que muitos de nós já tenha passado por isso - eu inclusive. A perda é sempre um sentimento ruim e dificil, quanto mais de uma pessoa a quem amamos. Porém, ela tbm é sábia e lhe deu um motivo de felicidade e tranquilidade que foi passar nu concurso públic - sei bem sobre isso pq eu tbm sou servidora estadual ...
Amei seu blog e vou tentar voltar sempre.
Beijos
M.Nilza,
Sem dúvidas. Depois que vivenciamos podemos compreender melhor quem passa pela mesma situação. E motivos de felicidades forma muitos os que meu pai me proporcionou.
Beijo, e seja bem vinda.
Realmente muito bonito seu texto.
Obrigado Karina.
Luciano a perda entre pais e filhos é extremamente dolorida para esse sentimento incondicional..
Mas..é o que a vida nos reserva...infelizmente
Abraços
Olavo,
Esta é uma verdade bastante amarga.
Abraço.
Lu,
Tem selinho prá vc no Ideias de Milene...
bom fim de semana!!!
bjão
Obrigao Mylla, tô passando lá pra pegar.
Gostaria de ter participado dessa blogagem coletiva... é algo que passei a me interessar, pois possibilita grande interação entre blogueiros, além de ser uma forma de divulgação de nossos textos e idéias.
Seu texto é realmente lindo e marcante... Infelizmente, nem sempre nossas alegrias acompanham tudo o que vivemos... seu pai deve ter sido mesmo um grande homem, li a postagem referente a Monteiro Lobato.
Posso afirmar que meu Monteiro Lobato foi minha mãe, sempre disposta a me incentivar a ler, primeiramente através dos gibis da Turma da Mônica e livros infantis... depois, meu interesse passou a ser algo natural, mas a agradeço até hoje, pois sei que meus primeiros passos na leitura foram possibilitados por ela.
Achei seu blog através do da Elaine, e gostei muito!
Abraços!
Bia,
As blogagens coletivas são uma ótima oportunidade para conhecer novos blogs e, também mostrar seu trabalho.
Alegrias e tristezas são coisas da vida e, inevitavelmente, temos de viver com elas.
Obrigado pela visita, volte sempre.
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