Blogagem Coletiva - Incusão Social



A Ester, do blog Esterança levantou a bandeira para esta blogagem coletiva que fala sobre Inclusão Social. Para mim ela tem um aspecto bastante concreto.



Segundo a Wikipédia, "Inclusão Social é uma ação que combate a exclusão social geralmente ligada a pessoas de classe social, nível educacional, portadoras de deficiência física, idosas ou minorias raciais entre outras que não têm acesso a várias oportunidades. Inclusão Social é oferecer aos mais necessitados oportunidades de participarem da distribuição de renda do País, dentro de um sistema que beneficie a todos e não somente uma camada da sociedade."

Fazem quatro anos participo de um dos mais ambiciosos e emblemáticos projeto de inclusão social do governo Lula, o ProUni. Antes de prosseguir deixo claro que não sou eleitor do governo Lula, tampouco concordo com quem diz que seu mandato transcorre às mil maravilhas.

O ProUni, como bem diz o comercial na tv, é a chance que o aluno socialmente carente tem de tentar mudar sua história de vida, através, ou por meio de, um curso superior. E funciona? Digo que sim.

Meus pais sempre educaram meu irmão e eu de forma a que déssemos, enquanto adolescentes, prioridade aos estudos frente ao trabalho, como dizia meu saudoso pai, quanto ao dinheiro ele dava um jeito, e sempre foi pontual o fato de que só com um diploma de curso superior teríamos uma chance de uma vida melhor. Em contrapartida, sempre deixaram claro também que segurariam a barra (financeiramente falando) para que pudéssemos estudar o suficiente para sermos aprovados numa faculdade pública, uma vez que não teriam condições de pagar uma particular.

Depois de muito estudar fui aprovado no vestibular da Unesp em 2005, mas por motivos externos (que podem ser vistos aqui) não pude frequentar o curso, meu irmão foi aprovado em 2006, e cursa Física, também na Unesp.

Sem muita paciência para estudar novamente para prestar Unesp, decidi recorrer ao ProUni, que se não me engano estava na 2ª "edição". Para um projeto de inclusão social acho que ele é bastante seletivo, ou se tira uma boa nota no Enem ou nada feito, e depois disso ainda há a entrevista na faculdade, que para mim não foi das melhores.

Fui até o departamento de projetos sociais da única faculdade que tinha aderido ao projeto em minha cidade e posso dizer que fui tratado com descaso quando disse que estava ali interessado em uma vaga do ProUni. Isso não foi deixado claro pela pessoa que me atendeu, mas ficou bem subentendido, e só diminuiu quando exigi que queria falar com o responsável pelo departamento. É um contrasenso enorme o departamento de projetos sociais tratar as pessoas que a ele recorrem com descaso, afinal geralmente quem vai até lá procura de alguma forma o amparo da instituição, claro que muitas vezes na forma de abono financeiro.

Meio desesperançado fiquei aguardando o resultado, que para minha surpresa foi positivo, fui selecionado para uma bolsa integral. A partir de então o clima foi bem mais ameno. Não mais vi o sujeito, e o fato de ser bolsista do ProUni nunca me trouxe maiores problemas com os alunos, fato que era uma preocupação dos idealizadores do projeto, pelo contrário, em minha faculdade alunos beneficiados pelo ProUni têm as melhores médias em suas salas.

Resumindo a história, que ficou longa demais: o ProUni, como instrumento de inclusão social, funcionou? Sim, para mim o programa atendeu a todos os aspectos que a Wikipédia define como inclusão social. Este ano me formo em Ciências Contábeis, e atualmente sou funcionário público atuando na área de tributação, cargo que conquistei em concurso com conhecimentos obtidos na faculdade.

A Inclusão Social deixou de ser para mim apenas um conceito sociológico e tomou forma ao mudar minha vida, espero que ela também se concretize para outras pessoas.


15 comentários:

Luciano A. Santos disse...

Os comentários abaixo foram postados originalmente usando o Intense Debate, que parou de funcionar em 18 de Maio de 2009, e foram reproduzidos aqui tal qual foram postados.

Elaine disse...

Olá!
Sabe que eu acho o ProUni muito mais justo do que o sistema da cotas? Porque me parece que o ProUni visa beneficiar o aluno mais carente, independente de sua etnia, e tendo como referência suas notas e não sua cor. E quanto ao comentário que você deixou no meu blog, concordo quando você diz que o Bolsa Família é o maior cabo eleitoral do governo; lembro bem do golpe desonesto quando da eleição de 2002 em que o Lula afirmava que caso não fosse reeleito o programa iria ser extinto. E o povo esquece e ainda diz que o governo vai bem. Parece que o tempo apaga tudo, né? E a Dilme vem aí!
Tenha uma boa semana, Luciano.

Ivany disse...

lindo seu texto, parabens pela bela participação nesta gde idea, a blogagem coletiva.

abraços

Philip Rangel disse...

Muitas vezes pergunto como que simples atos de verdade como foi desempenhado pela Ester, nos faz entrar nesse mundo magico de verdade; esse mundo que ao mesmo tempo falamos de algo serio, encontramos novos amigos, novos conteudos. Isso se chama mudança, isso é incluir na sociedade, mostrando o que somos capaz. E hoje ao ler seu conteudo deparo com varias suspresas como essa, que faz eu parabenizar a vc.. pelo excelente trabalho...

Continuemos....abraços

"A gente nao faz amigos, reconhece- os"
Vinicius de MOrais

Luciano A. Santos disse...

Oi Elaine,

Concordo com você, o ProUni estabelece uma relação maior de igualdade, enquanto o sistema de cotas é por demais racista. Obrigado pela visita, abraços.

Luciano A. Santos disse...

Oi Ivany,

Obrigado, acho que todos devemos fazer algo para diminuir os abismos sociais. E parabéns pela sua postagem, excelente :)

Luciano A. Santos disse...

Oi Philip Rangel,

Iniciativas como estas nos revelam novos mundos, abrem novas portas, com certeza é um começo para a mudança. Obrigado pela visita.

PS: Esta frase de Vinícius de Morais me acompanha a muito, ele sintetizou como ninguém o conceito de amizade.

GrandeR@O disse...

Cara, muito louca a sua historia de vida, parabens mermão, vc é um vencedor
abraços

Luciano A. Santos disse...

Muito obrigado, valeu mesmo, abraços.

Marcelo Moraes disse...

São muitas as injustiças que temos que presenciar na área educacional e na saúde (não podemos generalizar, claro, mas é o que acontece com a maioria). Neste último, se tivesse à venda atestados de pobreza, teríamos que adquirií-los, pois quando buscamos um serviço que é de direito nosso, precisamos nos "arrastar" para conseguir uma consulta pelas vias tortuosas impostas pelo governo. Por essas e outras que o "jeitinho brasileiro" não tem prazo de validade.

Às vezes acaba parecendo que entramos, não numa inclusão, mas numa exclusão social.

Você teve um bom exemplo com o ProUni, o que mostra que ainda há coisas POSSÍVEIS de serem aplicadas, né?

Parabéns pela postagem.

Um abraço.

Marcelo.

Luciano A. Santos disse...

Oi Marcelo,

é verdade, são muitas as situações hoje em dia que nos vemos completamente desamparados pelo governo ou pela tão falada justiça social. O ProUni parece ser uma luz no fim do túnel, ao menos é bem mais justo que o sistema de cotas.

Obrigado pela visita, abraços.

Philip Souza disse...

Marcando presençaaaaa

Luciano A. Santos disse...

VAleu :)

Teilor disse...

Também sou bolsista do ProUni e a faculdade onde estudo sempre tratou os bolsistas muito bem. Mas quanto a preocupação quanto ao preconceito dos outros alunos em relação aos bolsistas é valida porque já ouvi mais de uma vez comentários maldosos em relação aos bolsistas. Felizmente estou em curso onde nunca tive que aguentar nenhum comentário maldoso dos meus colegas por ser bolsista.

Luciano A. Santos disse...

Oi Teilor,

com outros alunos nunca tive problemas por ser bolsista não, ao contrário, sempre fui muito bem tratado. O único problema foi com o tal funcionário mesmo, mas felizmente não se repetiu.

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