Incômodo Retrô




Ontem fui a formatura do meu irmão mais novo. Nada de mais, formatura de 1º grau, pensei que fosse ser uma pasmaceira e coisa e tal, ainda mais comigo como fotógrafo, mas foi um pouco pior.

Tudo começou com um culto ecumênico, não sou muito fã de cultos ecumênicos, tenho a opinião de que é cada um na sua, ainda mais se se considerar que, nesses cultos, os representantes das religiões tentam demonstrar um conhecimento maior que o rival (sim, apesar de estarem num culto ecumênico são rivais, no entanto querem passar um imagem de brother in arms) o que resulta numa profusão de parábolas e figuras de fazer inveja à Esfinge do Egito, e o povo descambar para o sono.

Terminado o culto vieram os discursos dos coordenadores e alguns professores, a mesma baboseira de sempre, orgulho, olhos marejados, desejos de boa sorte. Um dos professores, que tem fama de louco e atende pela alcunha de Albieri, disse uma coisa interessante, ao menos eu achei Segundo ele, "quando um professor vê um ex-aluno seu sentado num banco de praça ou escorando um poste numa esquina, esperando as coisas em sua vida acontecerem, ele se sente frustrado como professor". Legal professor o senhor dizer isso, depois dessa te perdôo por todas as experiências que não deram certo, como a da cuba que explodiu e a do ácido em suas calças.

Depois deste discurso foi que percebi que algo estava errado em mim, que estava meio deprê, e logo soube o porquê, eu estava me lembrando da minha formatura de 2º grau, o último evento que participei juntamente com aquela cambada que me acompanhou por 13 anos da minha vida. Na época, torcia com toda a minha fé para que aqueles tempos passassem logo, hoje olho para trás saudoso.

Acho que aprendi uma lição importante ontem, que não é fácil dizer adeus, mesmo que se leve 5 anos para perceber isso, como eu levei.

E nada, absolutamente nada será como naqueles tempos.


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