Blogagem Coletiva - Dia Internacional de Combate às Drogas



No começo do mês a Bea, do CD-Lado B, propôs uma blogagem coletiva a ser postada hoje, Dia Internacional de Combate as Drogas, e que teria como objetivo:

"apresentar uma série de textos que contribuam para a discussão em voga hoje que engloba a legalização das drogas, descriminalização do usuário, conflito ético-moral, as drogas são problema mais pertinente à segurança ou à saúde pública, prevenção, repressão, redução de danos ou abstinência (como diretrizes de tratamento). O uso de drogas é uma escolha? O dependente químico faz parte de uma minoria social ou é um doente crônico?"



As drogas são um problema recorrente na maioria das sociedades urbanas - existem relatos de serem consumidas substâncias alucinógenas que causam dependência até mesmo por povos pré-astecas - atingindo tanto as camadas mais ricas quanto as mais pobres, que sofrem mais por fazerem uso de drogas mais pesadas (e baratas) e não terem condições de procurarem e/ou custearem tratamento adequado.

Muito se discute sobre a legalização do consumo de drogas, que teria como um dos objetivos principais proporcionar ao governo um modo de exercer um maior controle sobre a circulação de narcóticos - e por tabela arrecadar com isso - mas sinceramente não vejo como isso pode acabar com o problema.

Ao meu ver, um ponto crucial na discussão não é a legalidade de se usar ou não drogas, mas sim os efeitos que causam no organismo do usuário. Sendo prático, pouco me importa onde determinada pessoa consegue e consome drogas, o que mais me preocupa é o que uma pessoa entorpecida, alucinada e consequentemente fora de si é capaz de fazer e até onde pode responder pelos seus atos.

Uma lei que aprove ou não a legalidade do uso de drogas não diminui o impacto causado por estas substâncias, que creio é o ponto chave da questão.

Em contrapartida, e em grande parte contradizendo meus próprios preceitos, sou a favor da desmarginalização do usuário viciado, como diria meu falecido avô, não se mata um formigueiro acabando com as operárias, mas sim com a rainha. O combate ao crime deve atingir a cúpula da estrutura de distribuição das drogas, não o simples usuário, que é pego com três pedras de crack, mas sim o traficante que tem centenas, talvez milhares de quilos de substâncias ilegais circulando por aí.

Uma política pública que se empenhasse em tratar os dependentes e colocar os traficantes atrás das grades seria o ideal. Mas é um pouco forçado esperar uma política pública ideal. Há muito mais do que se fala ou especula. Talvez por isso, até hoje, este problema seja tratado como crônico.

Leia as postagens dos outros participantes. Links aqui.
Fontes: aqui e aqui.


20 comentários:

Beatriz disse...

Muito bom, muito!
gostei de sua posição em relação à legalização, seu texto é claro, excelente. Completo. Obrigada pela indicação dos links.

E vc acerta no alvo: a importância das políticas públicas.

Prabéns, Gratíssima

Luciano A. Santos disse...

Olá Bea,

Eu é que te parabenizo pela proposta da blogagem, acho que falarmos a respeito já é um começo.

Abraços.

Anônimo disse...

Pois é, querem atacar pelas bordas, sendo que o problema está no centro. Sobre drogas, além de ser um assunto complexo, história é o que não falta pra contar, né?

Um abraço.
Marcelo.

Lucia Soares disse...

Luciano, muito boa sua colocação, Passei só pra ler sobre a blogagem coletiva. Depois volto com calma. Abraço.

lgresende disse...

Como observou, não existe uma política pública ideal, mas no caso das drogas, concordo que devemos ter o lado da repressão e, também, o do tratamento.

Paulo Montanaro disse...

Concordo plenamente, Luciano. O grande investimento é partir para cima dos grandes empresarios ilegais das drogas. Procurar brechas para legalizá-los não irá, nunca diminuir o seu poder. Parabéns!

Tbm estou participando da blogagem coletiva. Depois, se puder, me faça uma visitinha.

Há braços
Paulo

Elaine Gaspareto disse...

Olá!
Estou passando para desejar um lindo final de semana. E também para dizer que tenho um selo para você em meu blog; espero que goste. Claro, fique à vontade para declinar.
Beijos e fique com Deus.

Luciano A. Santos disse...

Marcelo,

Quando o assunto é drogas com certeza há muito pano pra manga, mas falar sobre o assunto e com isso atrair a atenção para ele é um bom começo.

Abraços.

Luciano A. Santos disse...

Lucia, fique à vontade e volte sempre. Abraços.

Luciano A. Santos disse...

lgresende

para mim é ponto decisivo o dever de se atuar nas duas frentes para conseguir algu resultado no combate às drogas: a repressão à que vende e o tratamento de quem usa.

Obrigado pela visita, grande abraço.

Luciano A. Santos disse...

Olá Paulo,

Exatamente, pegar os "pequenos" de nada adianta, nem se arranha a superfície do problema.

Muito obrigado pela visita, abraços.

~*Rebeca*~ disse...

Adorei!

Karina disse...

Gostei da colocação sobre o que uma pessoa sob efeito das drogas pode fazer. Temos como o maior de todos os exemplos o abuso do álcool uma droga lícita que causa tantos danos à sociedade, e muitas vezes os maiores prejudicados não são os usuários.
Muito bem colocado se texto.

também estou participando e lendo ótimos posts por onde passo.
Abraços

Luciano A. Santos disse...

Oi Elaine,

Um ótimo fim de semana pra você também, e aceito o selo de bom grado, obrigado pela estima e consideração.

Beijos.

Luciano A. Santos disse...

Olá Rebeca e Jota Cê, que bom que gostou(aram), rsrs.

Volte(m) sempre, abraços.

Luciano A. Santos disse...

Olá Karina,

Com certeza este é um ponto a se considerar: os efeitos a terceiros, que muitas vezes não são levados em conta pelas políticas públicas.

Muito obrgado pela visita, abraços.

Anônimo disse...

Legalizar só vai ajudar o governo a arregadar impostos sobre a droga. Haverá pontos de vendas e fornecedores, certo? Quem fornecerá? O próprio governo importará a droga? Sei lá, viu? O Brasil já é um dos maiores compradores de droga da Venezuela; Enfim, oficializaremos essa parceria? O primeiro passo para a melhora das políticas públicas com relação a droga, seria o Estado parar de tratar o dependente como marginal e sim como doente. Prender um usuário é empurrar o problema com a barriga, afinal, ele retornará ao ponto que estava antes de ser preso - alimentando traficantes. Beijus

Luciano A. Santos disse...

Luma, concordo em gênero, número e grau: deve-se tratar o viciado, não criminalizá-lo, pois ele é o último elo da corrente, com certeza é o elo que dá força a ela, mas não se conseguirá destruí-la atacando o último elo.

Beijos.

Mari Amorim disse...

Olá
Perdoe o atraso da visita,mas chegando aqui encontrei um texto maravilhoso.Para selarmos esse momento ,em meu blog tem um selo ,aceita um café? será um prazer,agradecer sua visita e comentário
Boas energias

Luciano A. Santos disse...

Olá Mari,

Aceito sim, de bom grado. Muito obrigado pela lembrança ;)

Bom fim de semana, abraços.

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